A Festa Literária de Paraty e eu 12/08/2010
Posted by Maria Elisa Porchat in Atualidades, Literatura.Tags: centro histórico, Flip, ingressos para a Flip, literatura e diversão, Paraty, programão
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Fui pela terceira vez à Festa Literária de Paraty e a cada ano gosto mais dela. É aprendizado com diversão, a cabeça mistura literatura, história, arte e sociologia, relaxa com caipirinha, passeio na praia e andanças no centro histórico, as ruas cheias de arte popular . Sem falar na quantidade de pessoas conhecidas e da pilha de livros que você adquire para deleite de um ano inteiro.
Ano a ano me hospedo mais perto das tendas. Na minha primeira Flip, fiquei num barco ancorado numa marina a quatro quilômetros da vila. Agora fico em pousada, fazendo a reserva com bastante antecedência. O único estresse do programa é a compra de ingressos para as mesas. Tem acontecido de chegar cedinho no balcão de vendas, com o cartão de crédito na mão e ouvir da vendedora “estamos sem sistema” e quando o tal sistema volta, já não existem ingressos para as mesas mais procuradas. É bem verdade que durante a Flip a pessoa acaba conseguindo assistir a todos os eventos, seja comprando o ingresso de alguém ou atrás do telão na rua, comendo uma tapioca ou um bolo de aipim.
De qualquer forma, a preparação para a Flip é prazerosa. Desde quando tomamos conhecimento por e-mails ou pelo jornal dos autores participantes e do homenageado e a partir daí lemos ou relemos livros e textos de assuntos sobre as palestras.Um programão.
Gilberto Freire na Flip 2010 12/08/2010
Posted by Maria Elisa Porchat in Atualidades, Literatura.Tags: mestiçagem, Paraty, patriarcado, pesquisa sociológica, senhor de engenho
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Como era previsto, prevaleceram os elogios ao sociólogo Gilberto Freire, homenageado na Festa Literária de Paraty deste ano. Nas diversas mesas que discutiram sua obra, ficou patente sua contribuição para a cultura brasileira, apesar da polêmica na sua literatura. Diferentemente dos grandes mestres da USP como Florestan Fernandes e Roger Bastide que defenderam a objetividade e o rigor científicos nas pesquisas sociológicas, Gilberto Freire retratou a sociedade patriarcal em Casa Grande e Senzala de forma mais descompromissada, intuitiva, sem conclusões, em que pesem os pormenores e a riqueza de informações de suas obras. Termos usados por ele como mulato e judeu, inexistem nos textos científicos.
Gilberto Freire valorizou a mestiçagem, as contradições, os paradoxos e a complexidades das relações entre o senhor de engenho e o escravo. Apresenta em Casa Grande e Senzala uma democracia racial, no que é contestado, com o equilíbrio dos contrários.
Conservador na defesa do patriarcado e revolucionário na forma de escrever, e por denunciar os prejuízos da monocultura da cana de açúcar por prejudicar o meio ambiente, as discussões sobre Gilberto Freire despertaram curiosidade nos milhares de leitores participantes da Flip de 2010.
Frases marcantes da Flip 2010 12/08/2010
Posted by Maria Elisa Porchat in Atualidades, Literatura.Tags: e-books, fé e identidade, Paraty, poesia, serviços em livrarias
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“Não existe explicação sobre como a poesia vem. Há um mistério inexplicável, ela nasce do espanto e qualquer coisa pode espantar o poeta”.
“Literatura é a forma. A temática é um subproduto dela, é o autor e seus medos”.
“A maternidade é frustração e deleite”.
“O livro digital não substituirá o impresso. Os dois se somarão. Nada se compara à imersão no livro impresso”.
“As livrarias vão vender menos com o livro digital, mas podem oferecer serviços, como conselhos sobre obras e leitura”.
“Deus não tem a ver com a criação, é compromisso com um amor transformador, um poder transformador”.
“O Ocidente não está isento de barbáries. É errado generalizar que todo fundamentalista é terrorista”.
“Ter fé é importante para a identidade do ser humano”.
Estas foram frases que levaram leitores da Flip à reflexão, anotadas durante as mesas de debate de Patrícia Melo e Lionel Shriver, Robert Darnton e John Makinson, Terry Eagleton , e na de Ferreira Goulart.