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O conceito de certo e errado na língua falada 26/08/2010

Posted by Maria Elisa Porchat in A Língua Portuguesa Adequada.
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Mestres da língua evitam os adjetivos “certo” e  “errado” com referência ao português coloquial, preferindo substituí-los por “inadequado” ou “impróprio”. O erro agora é impropriedade, ressalvando-se os deslizes de ortografia, área em que as regras do português são mais rígidas, quase sempre inquestionáveis.

A língua coloquial adequada é aquela que atende às necessidades da situação do momento. Simplificando, há um discurso próprio para uma conversa entre amigos num bar e outro para uma entrevista de emprego, merecendo um e outro alguma ou nenhuma tolerância em relação aos deslizes gramaticais.

Entretanto, mesmo no que tange à linguagem informal, não se admite por parte de certos segmentos profissionais , desobediência  em relação às regras gramaticais e sintáticas, pela responsabilidade que têm como divulgadores do português não apenas adequado mas correto. Falo dos jornalistas, dos publicitários, dos educadores e de qualquer figura pública que fala para um grande público. Quem escolheu um desses ofícios não pode cometer pecados gramaticais. 

Muitas vezes, um profissional para não prejudicar e estilo informal na observância do português correto, precisa buscar um modo de se expressar que não seja o da afetação, nem o da inadequação, uma terceira via que alie o estilo descontraído com o correto, para servir de exemplo de respeito à língua a ser seguido e admirado pelo público que atinge.

A Festa Literária de Paraty e eu 12/08/2010

Posted by Maria Elisa Porchat in Atualidades, Literatura.
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Fui pela terceira vez à Festa Literária de Paraty e a cada ano gosto  mais dela. É aprendizado com  diversão,  a cabeça  mistura  literatura, história, arte e sociologia, relaxa com  caipirinha, passeio na praia  e  andanças  no centro histórico, as ruas cheias de arte popular . Sem falar na quantidade de pessoas conhecidas e da pilha de livros que você adquire para  deleite de um ano inteiro.

Ano a ano me hospedo mais perto das tendas. Na minha primeira Flip, fiquei num barco ancorado numa marina a quatro quilômetros da vila. Agora fico em pousada, fazendo a reserva com bastante antecedência. O único estresse do programa é a compra de ingressos para as mesas.  Tem acontecido de chegar cedinho no balcão de vendas, com o cartão de crédito na mão e ouvir da vendedora “estamos sem sistema” e quando o tal sistema volta, já não existem ingressos para as mesas mais procuradas.  É bem verdade que durante a Flip a pessoa acaba conseguindo assistir a todos os eventos, seja comprando o ingresso de alguém ou atrás do telão na rua, comendo uma tapioca ou um bolo de aipim.

De qualquer forma, a preparação para a Flip é prazerosa. Desde quando tomamos conhecimento por e-mails ou pelo jornal dos autores participantes e do homenageado e a partir daí lemos ou relemos  livros e textos  de assuntos sobre as palestras.Um programão.

Gilberto Freire na Flip 2010 12/08/2010

Posted by Maria Elisa Porchat in Atualidades, Literatura.
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Como era previsto, prevaleceram os elogios ao sociólogo Gilberto Freire, homenageado na Festa Literária de Paraty deste ano. Nas diversas mesas que discutiram sua obra, ficou patente sua contribuição para a cultura brasileira, apesar da polêmica na sua literatura.  Diferentemente dos grandes mestres da USP como Florestan Fernandes e Roger Bastide que defenderam a objetividade e o rigor científicos nas pesquisas sociológicas, Gilberto Freire retratou a sociedade patriarcal em Casa Grande e Senzala de forma mais descompromissada, intuitiva, sem conclusões, em que pesem os pormenores e a riqueza de informações de suas obras. Termos usados por ele como mulato e judeu, inexistem nos textos científicos.

Gilberto Freire valorizou a mestiçagem, as contradições, os paradoxos e a complexidades das relações entre o senhor de engenho e o escravo. Apresenta em Casa Grande e Senzala uma democracia racial, no que é contestado, com o equilíbrio dos contrários.

Conservador na defesa do patriarcado e revolucionário na forma de escrever, e por denunciar os prejuízos da monocultura da cana de açúcar por prejudicar o meio ambiente, as discussões sobre Gilberto Freire despertaram curiosidade nos milhares de leitores participantes da Flip de 2010.

Frases marcantes da Flip 2010 12/08/2010

Posted by Maria Elisa Porchat in Atualidades, Literatura.
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“Não existe explicação sobre como a poesia vem. Há um mistério inexplicável, ela nasce do espanto e qualquer coisa pode espantar o poeta”.

 “Literatura é a forma. A temática é um subproduto dela, é o autor e seus medos”.

“A maternidade é frustração e deleite”.

“O livro digital não substituirá o impresso. Os dois se somarão. Nada se compara à imersão no livro impresso”.

“As livrarias vão vender menos com o livro digital, mas podem oferecer serviços, como conselhos sobre obras e leitura”.

“Deus não tem a ver com a criação, é compromisso com um amor transformador, um poder transformador”.

“O Ocidente não está isento de barbáries. É errado generalizar que todo fundamentalista é terrorista”.

“Ter fé é importante para a identidade do ser humano”.

Estas foram frases que levaram leitores da Flip à reflexão, anotadas  durante as mesas de debate de Patrícia Melo e Lionel Shriver, Robert Darnton e John Makinson, Terry Eagleton , e na de Ferreira Goulart.

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