Sugestão de leitura 21/08/2012
Posted by Maria Elisa Porchat in Atualidades, Literatura.Tags: autobiografia, best-seller espanhol, ficção, literatura, romance policial, romance sobre guerra
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Li bons livros no semestre que passou. Gosto daqueles que me trazem prazer e conhecimento do mundo, da história e do homem. O Tempo entre Costuras, best-seller espanhol, primeiro romance de Maria Dueñas fez isso, contando sobre os bastidores da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial.
A Lebre com Olhos de Âmbar, autobiografia do ceramista inglês Edmund de Waal, me ensinou sobre arte em geral. Apresenta também a cultura japonesa e a perseguição aos judeus na Rússia e na Europa, no início do século passado, que culminou com os horrores da Segunda Guerra Mundial.
A Elegância do Ouriço, da francesa Muriel Barbery, achei espetacular. Demorou um pouco para me prender. Precisei recomeçar, é um livro que exige ser saboreado bem devagar,que alguns trechos sejam relidos, para entender a filosofia que sai da boca de uma concierge parisiense, de um cineasta oriental e de uma adolescente superdotada, num edifício chique francês. Em comum nos três personagens, muita cultura e sensibilidade.
Uma delícia foi ler o romance policial – O Rio e o Mar, de Miguel Reali Jr, cuja trama se passa em Itanhaém, cidade do litoral de São Paulo, onde eu passei grande parte da minha vida. É lá que acontecem os crimes que um delegado em início de carreira tem que desvendar. Revi nas páginas o Hotel Polastrini, a Praia do Sonho, a Prainha, e o encontro do rio e o mar.
Saindo da ficção, vale a pena ler A Soma e o Resto de Fernando Henrique Cardoso. Comprei o livro buscando uma autobiografia do ex-presidente e encontrei muito mais – o mundo, a América do Sul e o Brasil na visão de FHC, ao completar 80 anos.
Pós Flip 2012 07/08/2012
Posted by Maria Elisa Porchat in Literatura.Tags: Adonis, Carlos Drummond de Andrade, criatividade, definição de literatura, finitude
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A Festa Literária de Paraty no seu décimo aniversário teve como marca a criatividade na homenagem a Carlos Drummond de Andrade. Nos outros anos havia mais autores conhecidos do público nas mesas de debate, deixando a figura do homenageado meio de lado. Este ano, a todo momento éramos lembrados da magnitude da obra do Drummond, como poeta moderno e presente no cotidiano brasileiro. No início de cada palestra, qualquer que fosse o assunto, uma poesia do poeta mineiro era recitada com originalidade. Ora na voz do próprio autor, ora por um dos convidados da Flip ou até mesmo por um ator contratado. Emocionou ouvi-la vertida para a língua árabe, na voz do sírio Adonis. Sempre que a poesia era recitada, o texto original aparecia em dois telões, para ser bem entendida. Houve exposição de fotos e palestras sobre sua vida e sua obra e sobre as cartas à sua filha Julieta.
E das outras mesas, que não falavam de Drummond o que ficou na memória, um mês depois? A mesa “Escritas da finitude ” ainda martela na minha cabeça. Falou-se no que acontece no entorno da morte de alguém próximo e no quanto o desaparecimento de uma pessoa pode gerar de vida e renovação . “Enquanto não me esfarelo, me distraio”.
E para encerrar, uma definição de literatura mencionada na Flip :
“ A literatura é como um fósforo aceso num lugar escuro.O fósforo não vai iluminar o lugar, mas vai mostrar o quanto a escuridão existe”.